“Samba de Roda é bom demais quando é pra todo mundo”, diz Bebeto Cerqueira após regravação indevida de sua obra
O compositor denuncia o uso não autorizado da música “Gente Dengosa” e pede respeito à autoria e à história da música baiana.

O cantor e compositor Bebeto Cerqueira, nome consolidado na música baiana, denunciou publicamente o uso não autorizado de uma de suas mais conhecidas composições, “Gente Dengosa”, recentemente regravada por Xanddy Harmonia. A nova versão, lançada em parceria com o Macaco Gordo, Gufo Record e Muralha Produções, teria sido registrada sem a devida autorização do compositor e de sua editora.
Com um legado de mais de 4 milhões de cópias vendidas em uma época em que a indústria fonográfica baiana vivia seu auge, Bebeto Cerqueira é autor de sucessos interpretados por grupos como Ara Ketu, As Meninas, Patrulha do Samba, Vira e Mexe e Xexéu. Sua canção “Gente Dengosa” tornou-se um clássico das rodas de samba em Salvador e em diversas cidades do Brasil.
Segundo Bebeto, durante o processo de negociação com Cristiano, representante da Gufo Record (gravadora italiana envolvida na produção), houve alterações indevidas, incluindo a mudança do título da obra para “Samba de Roda é bom demais”. Além disso, o registro teria sido feito como “domínio público”, o que é incorreto, uma vez que a legislação brasileira só considera uma obra como domínio público 70 anos após a morte do autor — e Bebeto continua vivo e em plena atividade artística.
“Reafirmo o que sempre digo: Samba de Roda é bom demais quando é para todo mundo”, declarou o compositor, ressaltando que o problema não é a circulação da sua arte, mas o respeito à autoria e aos direitos de quem construiu a história da música baiana.
O caso reacende o debate sobre a valorização dos compositores e a proteção das obras autorais no cenário musical brasileiro, especialmente no samba e na axé music, gêneros que marcaram gerações e seguem sendo pilares da cultura popular da Bahia.
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