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Josiane Climaco: A Trajetória de uma Sambista, Pesquisadora e Ativista da Cultura Afro-Brasileira

Josiane Climaco é uma sambista, pesquisadora e ativista cultural nascida em Volta Redonda (RJ) e radicada em Salvador desde 1992. Com formação em Educação e especialização em Africanidades, Josiane se destaca como voz feminina no samba baiano e na luta pelos direitos das mulheres negras. Descoberta por Mestre Neguinho do Samba, integrou o Bloco Alvorada e fundou o Projeto Terreiro da Preta, grupo que celebra as matrizes africanas por meio do samba de roda, jongo e outras tradições. Seu trabalho atravessa estados, levando o samba raiz para espaços culturais e mantendo viva a essência da música afrodiaspórica.

Josiane Climaco: A Trajetória de uma Sambista, Pesquisadora e Ativista da Cultura Afro-Brasileira
Josiane Climaco: A Trajetória de uma Sambista, Pesquisadora e Ativista da Cultura Afro-Brasileira (Foto: Reprodução)

 Nascida em Volta Redonda, Rio de Janeiro, Josiane Climaco deu seus primeiros passos artísticos na dança e no samba em sua cidade natal. Em 1992, mudou-se para Salvador, onde se uniu aos grupos folclóricos Omi-Dudu Artes e Cia. de Dança e à Cia. de Dança João de Barros. A partir daí, mergulhou de vez nas rodas de samba da capital baiana, em busca de conexão e acolhimento.


Descoberta por Mestre Neguinho do Samba, Josiane foi indicada para integrar a Banda Alvorada, sendo uma das vozes femininas a representar o pioneiro Bloco Alvorada no Carnaval de 2000, que marca o início da sexta-feira carnavalesca baiana. Além de sambista, Josiane é doutora e mestra em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com pesquisa e atuação reconhecida nas áreas de Africanidades e Relações Étnico-Raciais. Ela também é uma ativa militante no movimento de mulheres negras e participou de rodas de samba em Salvador, como o Samba do Cajueiro, o Balaio de Gato e o Samba do Leite, além de projetos culturais no Pelourinho. A partir de 2020, no momento pandêmico que estavamos, se inscreve no edital Musica Viva da produtora panela de barro, através da lei Aldir Blanc, sendo aprovada para a sua primeira live com o nome de: Mulher Preta.


Com o compromisso de valorizar e difundir o samba em todo o Brasil, Josiane tem marcado presença em apresentações em Alagoas, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em 2019, foi uma das convidadas para homenagear Mestre Neguinho do Samba no aniversário da Banda Didá. Durante a pandemia em 2020, participou do videoclipe “Senhora Negra” da cantora Fabiana Cozza e do projeto “Pagode Black-Tie”, com a canção “O Show Tem Que Continuar”, ao lado de artistas renomados como o mestre do samba Nei Lopes, o produtor Guga Stroeter e a orquestra Projeto Coisa Fina.


Ainda em 2020, Josiane lançou seu primeiro videoclipe com o single “Mulher Preta” (Mumu Oliveira), uma produção de Alã Fabrício que contou com a participação de Negra Jhô, personalidade histórica de Salvador. Momento em que reflete, se posiciona, sobre o papel da mulher nas rodas de samba, dando inicio ao Terreiro da Preta, que desde então realizou uma turnê em 2022 por Cuiabá e Maceió e segue se apresentando em espaços como o Armazém do Campo do MST, no Pelourinho, o Batatinha Bar e o Oshalé - Delícias do Interior.


O Terreiro da Preta traz ao público uma experiência afrodiaspórica, com um repertório que vai do samba raiz ao samba de terreiro, passando pelo samba-reggae, jongo e outras vertentes. O grupo, comprometido em empoderar e celebrar as raízes africanas, representa o samba brasileiro em uma jornada que se estende da Bahia para o mundo, mantendo viva a essência do gênero.


Como Josiane destaca: “Eu vou em qualquer terreiro que o samba me chamar.”

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